O Poder do Contato Físico.

 Redução da Solidão em Portadores de Alzheimer

O Alzheimer não rouba apenas a memória, mas também a capacidade de se conectar com o mundo e com as pessoas. A solidão, consequentemente, torna-se uma companheira constante para muitos que convivem com essa doença. No entanto, um simples ato de carinho, o toque, pode ser uma poderosa ferramenta para combater esse sentimento de isolamento e melhorar a qualidade de vida tanto do paciente quanto do cuidador.

O contato físico, como um abraço, um aperto de mão ou um carinho no rosto, libera ocitocina, o hormônio do amor e do bem-estar. Essa substância química proporciona sensação de calma, segurança e conexão, o que é especialmente importante para pessoas com Alzheimer que podem se sentir desorientadas e inseguras. Além disso, o toque estimula a produção de endorfinas, os neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais e melhoram o humor.

Para os portadores de Alzheimer, o toque pode ser uma forma de comunicação não verbal, especialmente em estágios mais avançados da doença, quando a capacidade de falar se torna limitada. Um toque gentil pode transmitir afeto, compreensão e segurança, ajudando a estabelecer uma conexão emocional profunda.

O cuidado com o toque deve ser individualizado, respeitando as preferências e limites de cada paciente. Algumas pessoas podem apreciar massagens suaves, enquanto outras preferem um simples abraço. É importante observar as reações do paciente e adaptar o toque de acordo com suas necessidades.

Para os cuidadores, o contato físico também é benéfico. Ao oferecer carinho e afeto ao paciente, o cuidador se sente mais conectado e presente na vida da pessoa que cuida. Além disso, o toque pode ser uma forma de autocuidado, ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade.

Em conclusão, o contato físico é uma ferramenta poderosa para combater a solidão e melhorar a qualidade de vida de pessoas com Alzheimer. Ao oferecer um toque gentil e carinhoso, os cuidadores podem proporcionar conforto, segurança e bem-estar aos pacientes, fortalecendo o vínculo entre ambos e tornando a jornada do Alzheimer um pouco mais leve e acolhedora.

SOS Alzheimer - Dora Moraes